O Peso do Encontro: Projeções, Realidade e Autoconhecimento

Descubra como o autoconhecimento revela a realidade nas relações, desfaz ilusões e abre espaço para o encontro verdadeiro com a vida. Um mergulho poético sobre expectativas, frustrações e a coragem de viver encontros reais, que não nos oferecem perfeição, mas nos devolvem à vida.

9/30/20253 min read

Eu produzo conteúdo para o YouTube há muitos anos. Nesse caminho, algumas pessoas chegaram até mim dizendo que eram grandes admiradores, que estavam apaixonadas, que me amavam, que sonhavam comigo ou que pensavam em mim constantemente. Algumas, até, desejavam a oportunidade de me conhecer de verdade.

Eu conheci algumas dessas pessoas. Mas nenhuma delas conseguiu sustentar a realidade.
Porque aquilo que recebiam de mim através do YouTube e do Instagram era apenas uma pequena fatia daquilo que eu sou. Uma fresta. Uma centelha.
E, diante dessa parte, elas preenchiam os vazios com suas próprias expectativas. Construíam projeções. Moldavam-me como se eu pudesse me encaixar perfeitamente em suas necessidades e demandas.

Mas eu também tenho necessidades, desejos e expectativas.
E quando duas pessoas querem construir uma relação, não é a ilusão de um sobre o outro que se encontra. É o choque e o abraço de duas realidades.
Dois mundos que se cruzam. Dois conjuntos de desejos, demandas e expectativas — muitas vezes conflitantes.

E para que uma relação floresça, é preciso um trabalho intenso: abrir mão de partes de si, ceder, se flexibilizar, aprender a corresponder ao outro sem se perder de si mesmo. Isso exige esforço. Muito esforço. E a verdade é que poucos estão dispostos a se dedicar dessa forma.

Então fica a pergunta:
Por que construir uma relação amorosa?
Quais os benefícios diante de tanto trabalho?

A resposta é dura: a vida real é.
E o autoconhecimento nos entrega, sem anestesia, à realidade.

Se você realmente mergulha no autoconhecimento, vai se frustrar. Aliás, se você ainda não se frustrou, é porque não mergulhou fundo o suficiente.
Porque se conhecer não é apenas descobrir o que você gosta, mas também encarar aquilo que você rejeita. É se ver no que atrai e no que repulsa, no que considera justo e no que considera injusto, no que soa como poesia e no que fere como caos.

O autoconhecimento, em sua essência mais radical, não é um polimento da sua personalidade, não é um caminho para “ser uma pessoa melhor”.
O verdadeiro autoconhecimento destrói a imagem que você acredita ser — para então te devolver à vida.

No fim, se conhecer profundamente é "dissolver o eu em nós".
É se enxergar na natureza,
nas construções humanas,
nos encontros e desencontros,
nas dores e delícias de estar vivo.

É ser capaz de rir do próprio engano e, ao mesmo tempo, sentir a seriedade da existência pulsando dentro de si.

Esse é o presente e o peso do autoconhecimento: ele não te dá uma vida perfeita, mas te dá uma vida real.

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Com amor,
Angélica.

Angélica L. Azambuja

Terapeuta Oraculista formada em Psicologia e Professora de Autoconhecimento com mais de 10 anos de experiência na área, pronta para guiar você em uma jornada de transformação autêntica e profunda.